Enquanto reguladores europeus ainda tropeçam no PowerPoint tentando entender o que é um “token”, Hong Kong já está jogando no hard mode da inovação financeira. A cidade anunciou, com gosto, a terceira fase de emissão de títulos verdes tokenizados, deixando claro que blockchain por lá não é só papo de palestra — é política fiscal de verdade.
O anúncio veio direto do Secretário de Serviços Financeiros e Tesouro, Christopher Hui, durante o Hong Kong Digital Finance Awards 2025. Segundo ele, a ideia é simples (e um tapa na cara dos sistemas engessados): tokenizar a dívida pública com base em DLT e transformar isso em padrão. As emissões anteriores, realizadas em 2023 e 2024, já haviam usado a tecnologia para registrar e liquidar os títulos com muito mais transparência — e sem precisar de meia dúzia de cartórios digitais no meio do caminho.
Imposto? Só se for de vergonha alheia.
Hong Kong ainda pretende isentar do imposto de selo os ETFs tokenizados, mostrando que, quando o assunto é incentivar adoção, dá pra abrir mão do pedágio estatal — coisa que muito governo-múmia devia aprender antes de gritar “regulação”.
A nova rodada faz parte da Declaração de Política de Ativos Digitais 2.0, um plano ambicioso que enterra de vez a ideia de que cripto é terra de ninguém. No centro do projeto está o framework LEAP, um acrônimo moderninho que promete clareza jurídica, expansão de ecossistema e, pasme, formação de gente capacitada — sim, Hong Kong quer talento e não só manchete.
Stablecoins, ETFs e índices? Tem de sobra.
A partir de 1º de agosto, entra em vigor um regime de licenciamento para emissores de stablecoins — e as plataformas de negociação e custódia também já estão na mira, com consulta pública aberta até o fim de agosto. Paralelamente, a HKEX estreou os primeiros índices de ativos digitais da região, oferecendo benchmarks em tempo real para Bitcoin e Ethereum com foco no mercado asiático.
E pra quem acha que isso é só fogo de palha, vale o aviso: os reguladores de Hong Kong já estão preparando a liberação de derivativos cripto para investidores profissionais, após o aval recente para ETFs à vista, produtos futuros e staking. Ou seja: enquanto o Ocidente briga por sigla, o Oriente já está faturando com elas.
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