Washington, 2 de julho de 2025 — Depois de anos posando de alternativa ao sistema bancário, a Ripple resolveu, enfim, bater na porta do “inimigo”: a empresa acaba de pedir uma licença bancária nacional nos EUA. Sim, a mesma Ripple que prometia descentralização agora quer operar como banco sob as bênçãos do Office of the Comptroller of the Currency (OCC), o xerife financeiro de Washington.
A jogada é simples (e ambiciosa): tornar o RLUSD um stablecoin “bancável”, com regulação dupla — estadual e federal. Na prática, a Ripple quer mostrar que pode oferecer compliance de sobra, coisa que muita stablecoin por aí só finge ter no whitepaper.
“A regulação dupla vai estabelecer um novo padrão de transparência”, prometeu Jack McDonald, VP de stablecoins da Ripple — numa clara cutucada em Tether, USDD e outras da linha “confie em nós”.
Mas a ousadia não para aí. A Ripple também quer um acesso direto ao Federal Reserve, via sua subsidiária Standard Custody & Trust. Se conseguir a cobiçada “Fed master account”, poderá emitir e resgatar stablecoins até de madrugada e aos domingos — sem depender de bancos privados.
Com isso, a Ripple deixa de brincar de fintech e entra de vez no octógono com Circle e Anchorage Digital, as únicas que hoje estão perto desse nível de regulação. A diferença? A Circle tem US$62 bilhões em stablecoins circulando. O RLUSD, por enquanto, não passa dos US$469 milhões. Mas ambição, claramente, não falta.
A mensagem está dada: ou o mercado leva a Ripple a sério como player bancário de cripto, ou vai ter que engolir ela passando na frente — com licença, Fed e tudo.
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