A BlackRock está levando as coisas a sério. Em junho de 2025, o seu fundo de investimento em Bitcoin, chamado iShares Bitcoin Trust (IBIT), colocou US$ 3,85 bilhões em Bitcoin no mercado. E para terminar o mês de forma legal, ainda conseguiu US$ 112 milhões em vendas apenas no dia 30. Detalhe: 15 dias seguidos de fluxo positivo. Uma maratona de compras que faria até o mais maximalista aplaudir de pé… ou levantar a sobrancelha.
Com essa paulada, o fundo já acumula nada menos que US$ 75 bilhões em ativos, consolidando o IBIT como o queridinho da elite financeira que finalmente decidiu fingir que entende cripto. A parceria com o Coinbase Prime e o sistema de gestão de risco chamado Aladdin, que é um nome interessante para quem pensa que o mercado tem mágica, ajuda a dar uma aparência mais profissional a tudo isso.

Mas o mais curioso é o seguinte: mesmo com essa enxurrada de dinheiro institucional entrando no jogo, o Bitcoin continua empacado, lutando pra passar dos US$ 110 mil. Ou seja: tem bilhões chegando e o preço está com cara de quem já viu demais. Seria isso um sinal de saturação ou só a calmaria antes do próximo pico maníaco?
Pra piorar (ou melhorar, depende do lado que você está), enquanto os ETFs puxam bilhões pra dentro do mercado, as exchanges centralizadas estão começando a parecer obsoletas. Cada vez mais, o grosso da movimentação de BTC vem desses produtos negociados em bolsa, não do varejão das corretoras.
No final das contas, o ETF da BlackRock está se posicionando como o fast pass de Wall Street para o mundo cripto, e o investidor tradicional está adorando brincar de Bitcoin — mas só com luva cirúrgica, KYC, custódia institucional e zero exposição direta ao caos.
Se o preço vai agradecer por tanto carinho? Por enquanto, parece que não. O mercado está dizendo: “Obrigada, BlackRock. Agora senta ali e espera o próximo susto.”
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