A OKX, uma das grandes exchanges de criptomoedas, divulgou seu 32º relatório de prova de reservas — aquele documento que grita “confiem na gente” enquanto os usuários discretamente esvaziam suas carteiras de Bitcoin e USDC. O relatório, datado de 14 de junho, veio para reforçar que a casa ainda tem caixa e que, tecnicamente, está tudo sob controle.
Segundo os dados, a plataforma tem mais criptos em reserva do que os usuários têm depositado — o que soa tranquilizador, se não fosse pelo detalhe de que o número de Bitcoins na mão dos usuários caiu 4.360 moedas em apenas um mês. Isso representa uma debandada de US$ 470 milhões. Já o USDT também foi embora, com queda de US$ 126,4 milhões. Enquanto isso, os usuários adicionaram 110.153 Ethereum (ETH), no valor de $272,8 milhões. Isso significou que eles preferem manter ETH em vez de BTC por enquanto.
A troca de BTC por ETH pode ter mil explicações — desde um simples rebalanceamento até aquela velha máxima: confiança baixa, cold wallet na certa. Afinal, nada como tirar seu Bitcoin da vitrine antes que o mercado vire manchete (de novo).
Apesar da migração silenciosa, a OKX garante que continua sólida, com 107% de ETC e 105% de BTC em relação ao que os usuários possuem. Na teoria, ninguém sairia perdendo se resolvessem sacar tudo amanhã. Na prática, o recado parece outro: o pessoal está preferindo garantir seu sossego offline.
O cenário ainda é temperado por um BTC tentando manter os US$ 105 mil, depois de uma breve novela entre Israel e Irã com direito a cessar-fogo, mas nenhuma paz no coração dos investidores. Com o Fed nos EUA jogando indecisões na mesa e as tensões globais em alta, o investidor cauteloso prefere não brincar de confiança cega.
Mas se depender da OKX, os dados estão ali, bonitinhos, provando mais uma vez que a estrutura está firme. Já os usuários… nem tanto.
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