São Paulo, 28 de junho de 2025 — O Bitcoin tropeçou feio nesta sexta, afundando abaixo dos US$107 mil logo após a divulgação do PCE — o termômetro de inflação favorito do Fed. E os números vieram quentes: núcleo do PCE anual em 2,7% (acima dos 2,6% esperados) e mensal em 0,2% (batendo a projeção de 0,1%). Ou seja, o recado foi claro: o fantasma inflacionário ainda assombra — e não vai embora tão fácil.
Enquanto isso, o índice cheio subiu 2,3% em 12 meses, superando o dado revisado anterior (2,2%), e manteve os 0,1% mensais. Nada fora do radar, mas suficiente para azedar o humor do mercado.
Para piorar, os dados de renda e consumo pessoal também frustraram as expectativas. A combinação inflada acendeu o alerta: Jerome Powell pode finalmente ceder à pressão e cortar juros. O FedWatch já aposta 72,1% de chance de corte em setembro — mas não espere milagres, só alívio político. A previsão? Até 75 pontos-base a menos até o fim do ano, se o cenário não degringolar.
Em paralelo, o Tesouro americano resolve jogar gasolina na fogueira: Scott Bessent anunciou tarifas de 30% sobre a China, enquanto os chineses mantêm 10% sobre os EUA. A guerra comercial quer seu espaço no noticiário outra vez.
O BTC, claro, reagiu com a sensibilidade de um gato em cima do fogão. Caiu para US$106.700, com mínima de US$106.460 e máxima de US$107.973. O volume de negociação despencou 12% — sinal de que até os traders estão cansados do sobe-e-desce sem direção.
Mas há quem veja luz no fim do túnel. Michael van de Poppe aposta que, se o BTC romper os US$108.500, pode buscar nova máxima. Mas entre promessas gráficas e pressão macro, o Bitcoin segue refém do caos — e não do otimismo.
Leia também: Ark Invest vende ações da Coinbase no topo e embolsa lucro enquanto o mercado celebra