São Paulo, 23 de junho de 2025 — A FCA quer proibir que britânicos usem cartão de crédito pra comprar criptomoedas. A desculpa oficial? “Proteger o consumidor”. O mercado? Não engoliu.
A Payments Association foi uma das primeiras a reagir, chamando a proposta de exagerada, paternalista e prejudicial à inovação. Riccardo Tordera-Ricchi, diretor da entidade, foi direto:
“Investir em cripto não é jogar no cassino. Misturar as duas coisas é um erro grotesco.”
Ele ainda criticou o fato de a FCA ignorar as stablecoins. Segundo Tordera-Ricchi, tokens estáveis deveriam ser tratados de forma diferente, já que são usados como meio de pagamento e reserva de valor — não como ativos especulativos.
Mercado dividido, mas a tensão só cresce
Nem todo mundo resolveu bater o martelo contra a proposta da FCA. Nick Jones, CEO da Zumo, fez questão de reconhecer o lado positivo da história: pelo menos houve uma consulta pública antes de qualquer decisão final.
Jones não deixou passar batido. Depois de elogiar a consulta pública, ele mandou o recado: um veto geral ao uso de crédito pode ser mais um tiro no pé do sistema financeiro britânico. Na visão dele, limitar ainda mais o acesso ao mercado é fechar as portas justamente para quem já sofre com as amarras de um sistema engessado.
Enquanto o Reino Unido segue no modo indecisão crônica, atolado em debates e sem uma régua clara para o mercado cripto, os Estados Unidos estão fazendo o que o setor já cansou de pedir: criando regras com começo, meio e fim. Com o GENIUS Act finalmente aprovado, o mercado americano ganha pelo menos um ponto de referência. Por lá, o papo de stablecoin já saiu da teoria e virou lei.
No fim das contas, o sentimento que fica é um só: a FCA parece mais preocupada em dar freio do que em construir uma estrada onde o mercado possa, de fato, andar.
A FCA parece mais preocupada em controlar do que proteger de fato. E o mercado, que já está farto de decisões mal pensadas e regulação sem pé nem cabeça, começa a devolver o recado: ou vem uma abordagem mais inteligente… ou o setor vai seguir pressionando, cada vez mais alto.
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