A BTC Prague 2025 fechou as portas depois de três dias frenéticos e, sim, já se gaba de ser “o maior evento exclusivamente sobre Bitcoin da Europa”. Foram mais de 10 000 pessoas amontoadas em pavilhões ouvindo gurus como Michael Saylor, Adam Back e Jack Mallers prometerem o fim do dinheiro “fiat” — de novo. No total, passaram pelos palcos 200 + palestrantes e 100 empresas, numa feira que misturou showroom high-tech com culto religioso (Satoshi é o profeta, caso restasse dúvida)  .
O grande mantra deste ano foi “não confie, verifique… e compre uma Trezor antes que o seu coin sumam”. O estande da fabricante de carteiras de hardware parecia fila de Black Friday: mais de 5 000 curiosos passaram por lá para aprender a apertar botões e gravar seed phrases em placas de metal — porque, aparentemente, nada grita “futuro da finança” como martelar palavras-chave num pedaço de titânio . O CCO Danny Sanders tentou manter o discurso sério, reforçando que “proteção proativa” vem antes de qualquer “to the moon”, mas muita gente só queria tirar selfie com a nova Trezor Keep Metal brilhando na mão.
Enquanto isso, fora dos holofotes cripto, o ministro da Justiça tcheco Pavel Blažek teve de entregar o cargo depois de receber — pasme — € 40 milhões em bitcoin de um ex-traficante da dark web. A renúncia desencadeou uma moção de desconfiança que quase derrubou o governo, mas acabou virando apenas mais um hashtag no feed dos maximalistas que estavam ocupados demais gritando “HODL” nos corredores da conferência  .
No pós-evento, a galera já planeja a próxima romaria cripto: o ETHCC em Cannes. A Trezor promete repetir o show, porque nada atrai mais o público do que a ansiedade coletiva de perder chaves privadas. Se 2025 nos ensinou algo, é que o ecossistema Bitcoin sabe transformar até crise política em peça de marketing — e fazer isso parecer absolutamente normal.
Leia também: Ripple emite 13 milhões de RLUSD para competir com USDT e USDC