São Paulo, 19 de junho de 2025 — A Ripple cansou do jogo de espera. Deu um soco na mesa e mandou recado direto à juíza Analisa Torres: chega de enrolação. O caso precisa de um desfecho. E rápido. Enviou uma carta direta à juíza Analisa Torres. Sem rodeios, o tom é claro: o tribunal precisa tomar uma decisão. Agora.
O recado é direto: a Ripple quer que o tribunal dissolva de vez a liminar que trava parte de suas operações e, de quebra, reduza o valor da multa para US$50 milhões — uma cifra muito abaixo dos US$125 milhões inicialmente propostos.
A carta, assinada pelos advogados da empresa, reforça que o pedido não altera o mérito da decisão anterior. Em outras palavras: o entendimento sobre a natureza do XRP segue intacto. Nada do que foi julgado até agora, incluindo o que pode afetar outras empresas do setor, será reaberto ou contestado.
No texto, a Ripple não mede palavras: se o tribunal continuar empurrando o caso com a barriga, a história vai escalar. E feio. O próximo destino? A Corte de Apelações. Um caminho que, segundo a empresa, só serviria para prolongar uma batalha que já dura quase cinco anos — e que, na visão deles, não faz mais sentido existir.
Mas talvez o argumento mais estratégico da empresa seja a comparação com outros players do mercado. Segundo a defesa, diversas companhias cripto enfrentaram processos semelhantes e conseguiram acordos bem mais leves. A Ripple não esconde que espera o mesmo tratamento — e deixa nas entrelinhas um apelo por isonomia.
No pedido, a divisão do dinheiro também foi detalhada: dos US$125 milhões originalmente previstos como penalidade, US$50 milhões ficariam com a SEC, enquanto o restante retornaria aos cofres da Ripple.
Enquanto isso, a SEC tenta segurar as pontas. Na semana passada, o órgão regulador solicitou à Justiça que os fundos envolvidos no caso permaneçam congelados até que Torres dê seu veredito.
Do lado de fora, o mercado prende a respiração. Cada gesto de Torres é visto como pista. Se ela topar o acordo, o processo acaba aqui. Se negar, o barril de pólvora segue para a próxima instância. Com mais pressão. E mais incerteza.
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