Washington, 17 de junho de 2025 — Quem diria? Nova postura ou só encenação? SEC senta com desenvolvedores da Solana e escuta, pela primeira vez, quem realmente põe a mão no código
Depois de anos ignorando quem de fato constrói o coração do mercado cripto, a SEC resolveu — ao menos por uma tarde — mudar o tom. Na última semana, a agência abriu as portas para uma conversa inédita com a Jito Labs, referência quando o assunto é infraestrutura MEV na Solana, e com a Blockworks, um dos nomes mais barulhentos da mídia cripto.
O clima? Meio diplomático, meio cobrança velada. Na mesa, uma pergunta central: como transformar um mercado visto como terra de ninguém em um ambiente minimamente regulado — mas sem matar a inovação no processo? Jito e Blockworks não economizaram: trouxeram uma proposta focada em dar visibilidade real para quem emite tokens e para os market makers que movimentam os livros de ofertas. A palavra de ordem foi confiança: mostrar para o investidor que o jogo pode, sim, ser limpo.
Mas o que realmente mexeu com o humor do mercado foi o que aconteceu um dia antes: em 12 de junho, a SEC abriu as portas para uma coalizão ainda maior — com nomes de peso como Solana Labs, Phantom, Superstate e Orca Creative. “Project Open”: a cartada ousada para trazer as ações de Wall Street direto para a blockchain da Solana
Mas a verdadeira bomba veio um dia antes desse encontro. Numa reunião com um time ainda mais estrelado — com direito a Solana Labs, Phantom, Superstate e até escritórios de advocacia especializados — a proposta colocada na mesa foi digna de virar manchete: o chamado Project Open.
A ideia? Levar ações tradicionais, o bom e velho equity do mundo financeiro, para serem emitidas e negociadas direto em blockchain pública. Nome bonito? Token Shares. Na prática? Liquidação instantânea, controle de identidade via wallets com KYC, negociação via smart contracts e um fim na dependência de câmaras de compensação antiquadas. Se sair do papel, será um verdadeiro tapa na cara da infraestrutura legada de Wall Street.
A ideia é testar o modelo por 18 meses, em formato de sandbox regulatório, com participação aberta para consulta pública. Incluindo, claro, um pacote de educação obrigatória para quem quiser brincar nesse novo playground financeiro.
O sinal da SEC é sutil, mas impossível de ignorar: o tom mudou, embora com o pé no freio. As propostas ainda estão sendo dissecadas, nenhum carimbo oficial foi dado. Mas só o fato de a agência estar, pela primeira vez, ouvindo engenheiros de MEV e desenvolvedores da Solana já virou assunto quente nos bastidores.
O que ontem soava como delírio agora começa a ganhar contornos reais. Se o “sim” vier, o Project Open pode abrir a porta para algo que o mercado sonha há anos: um mercado de ações 100% tokenizado, com bênção regulatória e tudo.
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