Tóquio, 15 de junho de 2025 — Enquanto o Bitcoin segura firme acima dos US$ 100 mil, três empresas japonesas decidiram que não vão ficar de fora da festa. Remixpoint, Gumi e ANAP Holdings — empresas que vão do financeiro à moda — resolveram sair da arquibancada e pisar no campo de vez. Cada uma à sua maneira, jogou alto no Bitcoin nos últimos dias, movimentando cifras bilionárias em ienes e dando um recado claro: o Japão não quer ficar para trás na corrida cripto global.
A Remixpoint foi a primeira a dar o bote. No dia 13 de junho, comprou mais 56,8 Bitcoins por cerca de ¥887 milhões (algo em torno de US$ 5,6 milhões). Com isso, a empresa passou a segurar mais de 1.000 BTC em caixa — algo próximo de ¥16 bilhões.
E não é de hoje que a Remixpoint vem flertando com o mercado digital. Lá em fevereiro, já tinha cravado quase ¥9 bilhões em criptoativos como Ethereum, Solana, XRP e até Dogecoin. A compra recente só reforça o que parece ser uma convicção: cripto, para eles, não é moda — é estratégia.
A Gumi, velha conhecida dos gamers japoneses, decidiu expandir o jogo. Um dia depois da movimentação da Remixpoint, a empresa cravou sua primeira aposta em cripto: ¥1 bilhão direto em Bitcoin. Nada de modismo ou impulso. Foi uma jogada pensada — típica de quem sabe que o tabuleiro está mudando.
A compra? Um bilhão de ienes em Bitcoin (aproximadamente US$6,3 milhões). A justificativa interna? Diversificação. Com fluxo de caixa forte vindo dos jogos, faz todo sentido estacionar parte do capital em um ativo que, para muitos, já virou reserva de valor global.
E a ANAP Holdings, do setor de moda, não ficou para trás. A empresa adicionou 50,56 BTC ao seu cofre digital, em uma estratégia que lembra — e muito — a da MicroStrategy. A meta deles? Chegar a 1.000 BTC até agosto. Ver uma marca do varejo tradicional apostando pesado em cripto já não parece tão fora da curva. Na verdade, parece um sinal dos tempos.
Essas investidas mostram que o movimento no Japão não é mais conversa de startup ou hype passageiro — é resposta direta a juros baixos, moeda fraca e um mercado tradicional que anda sem sal. Com cada vez mais empresas entrando no jogo e um ambiente regulatório que inspira confiança, o Japão vai se moldando, sem alarde, como um possível epicentro cripto no Oriente.
Enquanto isso, o Bitcoin segue firme na casa dos seis dígitos — e aquela indiferença de antes começa a sumir. O que era visto com desconfiança agora desperta respeito. Fica no ar uma dúvida incômoda: será que o Japão está apenas aquecendo… ou já largou na frente do resto do mundo?
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