Londres, 11 de junho de 2025 — O Bitcoin Core acaba de acender um pavio que pode explodir em uma das maiores batalhas técnicas dos últimos anos. Os desenvolvedores da rede aprovaram uma mudança polêmica na política do OP_RETURN, que remove o limite de 80 bytes para inclusão de dados em transações. A partir de outubro, será liberado geral: qualquer volume de dados poderá ser gravado diretamente na blockchain.
A proposta foi liderada pelo veterano Peter Todd, com apoio da Chaincode Labs, e recebeu o sinal verde apesar da forte oposição interna. Para os proponentes, a ideia é dar mais eficiência à rede — especialmente após o frenesi dos ordinais em 2024, que transformaram a blockchain do Bitcoin em um depósito de arte, memes e JPEGs.
Mas a mudança caiu como uma bomba no colo dos puristas.
“Não faz sentido usar OP_RETURN para armazenar grandes volumes. O espaço do Witness é mais barato”, disparou Todd, tentando acalmar os ânimos.
A comunidade, porém, não comprou o argumento.
Samson Mow, veterano do setor e defensor ferrenho da descentralização, não economizou nas críticas: acusou os devs de passarem a mudança “goela abaixo”, sem diálogo com a comunidade — e alertou que o movimento pode concentrar ainda mais o poder nas mãos dos grandes mineradores, ao elevar os custos para manter nós independentes.
Luke Dashjr, que há anos soa o alarme contra a hipertrofia da rede, também não ficou calado: para ele, essa decisão é mais um passo na direção errada — uma rede mais pesada, menos acessível e cada vez menos descentralizada.
E se depender de Jimmy Song, o veredito é claro:
“Vai virar um lixão digital. O UTXO vai inchar, e o OP_RETURN será usado pra entulhar a cadeia de dados inúteis.”
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