Tóquio, 9 de junho de 2025 — A SBI Holdings, velha aliada da Ripple e uma das instituições financeiras mais ousadas do Japão, acaba de jogar uma bomba no mercado cripto: investiu, junto com sua subsidiária bancária SBI Shinsei Bank, US$50 milhões na Circle, a empresa por trás da stablecoin USDC. Cada uma entrou com US$25 milhões no caixa — e nenhuma pretende parar por aí.
O timing não é coincidência. O investimento veio dias após o IPO histórico da Circle em Wall Street, quando suas ações saltaram de US$69 para US$83 já no primeiro dia de negociação. Foi o tipo de estreia que só se via nos tempos de euforia tech — e que agora renasce com o cripto.
Mas o que está por trás do movimento da SBI vai muito além de números ou euforia de mercado: é uma aposta explícita de que o USDC pode se tornar a moeda digital de uso diário no Japão, desafiando tanto o iene tradicional quanto as tentativas tímidas do governo japonês de lançar sua própria versão digital da moeda.
“USDC tem um futuro brilhante por aqui, especialmente quando as regulamentações começarem a afrouxar”, declarou o comunicado da SBI.
Para quem acompanha o setor, essa parceria não é surpresa total. A SBI e a Circle já estão de mãos dadas desde 2023, quando anunciaram uma aliança estratégica. E em março de 2025, a SBI foi a primeira corretora do Japão a listar USDC oficialmente para o público. Agora, as duas vão além: estão lançando uma joint venture batizada de Circle SBI Japan KK, focada em levar o USDC para dentro do cotidiano japonês — de pagamentos simples a operações financeiras mais robustas.
A SBI não está brincando. É a mesma que tem 9% da Ripple nas mãos desde 2021, e que criou, ao lado dela, a SBI Ripple Asia, força-tarefa focada em pagamentos com blockchain em todo o continente asiático. Seu histórico de alianças com R3, Securitize e outros pesos-pesados do blockchain mostra que a empresa tem um plano claro: dominar o jogo das finanças digitais antes que o Estado acorde.
E mais uma vez, a mensagem é clara:
“Não precisamos esperar regulação para inovar. O futuro do dinheiro já está em circulação — e é lastreado em dólar.”
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