Volume de insolvências com cripto subiu 420% em cinco anos — e agora, o Estado quer seu quinhão de volta
Londres, 10 de junho de 2025 — O Reino Unido está oficialmente entrando na era da caça digital.A Insolvency Service, espécie de síndico oficial das falências britânicas, resolveu jogar duro com os espertinhos do mundo cripto. O órgão acaba de criar um posto exclusivo para caçar ativos digitais escondidos por quem finge não ter nada a declarar. O novo caçador de satoshis vai farejar cada carteira suspeita — de processos de falência a investigações criminais.
E o recado foi direto: ninguém vai mais esconder Bitcoin debaixo do tapete.
O cargo será ocupado por Andrew Small, ex-investigador da polícia, que agora assume como o primeiro “detetive cripto” do serviço público britânico. Seu trabalho será identificar e rastrear criptomoedas como Bitcoin, Ethereum, NFTs e afins em processos de insolvência e casos criminais — e garantir que o dinheiro volte para os credores.
Essa mudança de postura não veio do nada. O avanço das criptos nos processos de falência foi gritante — impossível de ignorar.
Em 2019/20, os casos com cripto eram quase lenda: apenas 14 ocorrências e uns trocados — £1.436, pra ser exato.
Agora, em 2024/25, o cenário virou de cabeça pra baixo: já são 59 investigações e mais de £500 mil em moedas digitais rastreadas.
Ou seja, um salto de 364x em valor e 420% em ocorrências.
Cripto não é mais invisível — é alvo
“O crescimento das criptos no Reino Unido foi vertiginoso, e junto com isso, vimos o mesmo crescimento entre pessoas em situação de falência”, afirmou Small. “Cripto é um ativo plenamente rastreável, e meu trabalho é garantir que ele seja localizado e recuperado.”
A movimentação do governo vem em resposta ao próprio avanço do mercado: hoje, 12% da população adulta britânica possui algum tipo de criptoativo — mais do que o triplo do registrado em 2021, segundo a FCA (Financial Conduct Authority).
O mercado escutou — e já se mexe
A mensagem é clara: o Estado está aprendendo a jogar o jogo. Enquanto criptomoedas como DOGE, Ethereum e NFTs antes passavam batidas em processos de falência, agora viraram prioridade. A Insolvency Service está se armando com inteligência de mercado, tecnologia forense e gente com faro para desvendar onde estão os satoshis escondidos.
Neil Freebury, chefe de inteligência da agência, não deixou dúvidas:
“O número de casos com criptoativos quadruplicou. E agora temos alguém com conhecimento de campo, vindo do combate ao crime econômico, para reforçar nossas investigações.”
O mercado cripto, que sempre navegou entre a descentralização e o anonimato, agora encara um novo tipo de adversário: um governo que não quer mais ficar para trás — e que não está disposto a deixar nenhum token perdido para trás.
Bem-vindos à era do confisco digital.
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