O conceito de blockchain evoluiu para além do domínio das criptomoedas, tornando-se um tópico central nas discussões sobre inovação, segurança digital e transformação econômica. Originalmente desenvolvida em 2008 como base tecnológica para o Bitcoin, essa tecnologia tornou-se uma ferramenta para a modernização de mercados, especialmente em países com problemas de acesso bancário e estruturas regulatórias mais suscetíveis.
Em sua essência, o blockchain opera como uma sequência de blocos, onde cada sistema possui um registro descentralizado que pode salvar e validar informações com segurança e transparência. Cada bloco armazena um conjunto de dados, como transações financeiras, contratos ou movimentações logísticas, cronológica e imutavelmente conectado ao anterior.
“É como se fosse uma planilha online compartilhada por milhões de pessoas, onde todas as transações são visíveis e rastreáveis. Isso traz confiança, elimina duplicidades e reduz a burocracia”, explica Denise Cinelli, COO da CryptoMKT.
Blockchain: sistemas abertos e fechados
O blockchain pode ser setorizado, de maneira geral, em duas categorias principais: redes públicas e privadas. As públicas, como Bitcoin e Ethereum, estão ao alcance de todos e funcionam de forma descentralizada. Já as privadas foram criadas para uso interno de empresas ou consórcios, possuindo acesso limitado e normas de governança específicas.
Apesar de terem objetivos diferentes, essas duas estratégias apresentam benefícios e podem ser integradas em modelos híbridos, tirando proveito dos benefícios de ambas. O blockchain, além de suas utilidades práticas, simboliza uma transformação na maneira como pessoas e organizações gerenciam a confiança.
A adoção da blockchain também cresce em setores como o de logística. Ao registrar cada etapa da cadeia de suprimentos em blocos digitais, empresas ganham rastreabilidade em tempo real, o que melhora auditorias, previne fraudes e permite automatizar ações como a liberação de pagamentos após a confirmação de entregas.
A executiva da CryptoMKT defende que essa descentralização tem o potencial de estruturar uma economia mais justa e acessível: “Blockchain não é apenas uma tendência tecnológica. É a base de uma nova economia — mais segura, transparente e colaborativa”.
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