Kevin Hassett, atual diretor do Conselho Econômico Nacional (National Economic Council – NEC), revelou uma participação substancial na Coinbase Global Inc. A fatia está avaliada entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões, de acordo com um rascunho de divulgação financeira divulgado pelo Escritório de Ética Governamental (Office of Government Ethics – OGE).
As ações adquiridas decorrem da função de consultoria de Hassett na corretora de criptomoedas dos EUA. Seus ativos totais são estimados em pelo menos US$ 7,6 milhões.
Hassett ganhou US$ 1,5 milhão no ano anterior à sua posse como diretor do NEC em janeiro de 2025; ele foi um dos primeiros funcionários proeminentes da Casa Branca no segundo mandato de Trump a compartilhar participações financeiras. Essa renda inclui salários da Universidade Stanford, onde atuou como pesquisador de economia na Hoover Institution, e da Milken Foundation.
Ele também embolsou US$ 471.000 em honorários de palestrantes de empresas como Goldman Sachs, CitiGroup Global Markets, Pacific Investment Management Co. e a American Fuel and Petrochemical Manufacturers Association.
Além disso, ele relatou ter recebido US$ 50.001 da Coinbase, uma importante corretora de criptomoedas dos EUA. Ele recebeu esse dinheiro por fazer parte de um grupo chamado Conselho Consultivo Acadêmico e Regulatório, que também inclui outras pessoas ligadas a Trump.
De acordo com os relatórios, o rascunho da divulgação, ainda pendente de aprovação do OGE, não esclarece se Hassett deve alienar suas ações da Coinbase para evitar conflitos de interesse. Ao contrário dos secretários de gabinete, os funcionários da Casa Branca que não precisam de confirmação do Senado não são obrigados a divulgar planos éticos detalhados.
Logo após assumir o cargo, Trump assinou um decreto estabelecendo um grupo de trabalho sobre mercados de ativos digitais dentro do Conselho Econômico Nacional (NEC) para propor regulamentações e leis que fortaleceriam a posição dos Estados Unidos como líderes em tecnologia financeira.
No entanto, a Casa Branca tem sido mais lenta em compartilhar documentos de divulgação financeira de seus funcionários durante o segundo mandato do que durante o primeiro. Em 2017, assessores como Jared Kushner e Gary Cohn tiveram seus dados financeiros divulgados até 31 de março. Essas divulgações mostram quais ativos os funcionários possuem e ajudam a evitar conflitos de interesse.
O Escritório de Ética Governamental (OGE), órgão responsável por garantir o cumprimento dessas regras, está enfrentando dificuldades de gestão, pois muitos dos indicados por Trump vêm do mundo empresarial e têm finanças complexas. Em fevereiro de 2025, o presidente demitiu o líder do OGE, David Huitema, e escolheu Jamieson Greer, o Representante Comercial dos EUA, para assumir o cargo de diretor interino.
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