O ministro da Justiça da Chéquia, Pavel Blazek, entregou o cargo nesta sexta-feira (31) após ser duramente criticado por aceitar uma doação em Bitcoin que mais tarde foi vendida por cerca de 1 bilhão de coroas tchecas — aproximadamente US$45 milhões ou R$240 milhões.
O que os jornais falam é que o valor teria origem duvidosa: uma doação feita por traficante condenado gerou discussões sobre ética acerca da origem de recursos cripto, e o papel de reguladores em aceitar valores que podem estar ligados ao crime.
Apesar de ter defendido a legalidade da operação, Blazek anunciou sua saída afirmando que não queria manchar a imagem do governo ou da coalizão governista. Em publicação na rede social X (antigo Twitter), declarou:
“Não tenho conhecimento de qualquer irregularidade, mas não quero prejudicar a reputação do governo nem da coalizão.”
Na época da doação, Blazek já havia declarado que não estava claro se o Bitcoin recebido tinha ligação com atividades ilegais. No entanto, a televisão estatal tcheca informou recentemente que os fundos estariam conectados a um criminoso condenado, aumentando a pressão pública e desencadeando uma investigação oficial.
O primeiro-ministro Petr Fiala, que lidera a coalizão governista e enfrenta queda nas pesquisas a poucos meses das eleições de outubro, afirmou que acredita na boa-fé de Blazek, mas considerou acertada sua renúncia diante da gravidade do caso.
O escândalo agora pressiona ainda mais o governo Fiala, que tenta recuperar a confiança da população em meio a um ambiente político já bastante desgastado.
Leia também: Comissária Peirce busca regulações claras para criptomoedas em conferência de Bitcoin