O caso surreal do sequestro em SoHo acaba de ganhar um novo personagem. Dias após a prisão de John Woeltz — investidor de criptomoedas acusado de torturar um homem para arrancar a senha de sua carteira de Bitcoin —, seu suposto sócio, William Duplessie, de 33 anos, também foi preso em Nova York.
Duplessie se entregou à polícia na terça-feira e agora responde pelas mesmas acusações graves que Woeltz. Segundo os promotores, a dupla manteve um cidadão italiano em cativeiro por 17 dias em uma mansão de US$40.000 por mês, em Manhattan. O objetivo? Fazer o homem revelar sua chave de acesso às criptos.
O que aconteceu lá dentro beira o inacreditável. A vítima teria sido espancada, eletrocutada com fios, forçada a fumar crack, cortada com uma serra e ameaçada com uma arma — tudo para entregar uma senha.
A gota d’água? Fotos do homem com uma arma apontada para a cabeça, vestindo camisetas com imagens da própria tortura, foram encontradas pela polícia. O imóvel ainda estava recheado de parafernália pesada: coletes à prova de bala, drogas, munição, óculos de visão noturna — e sangue por toda parte.
E como aconteceu?
A fuga só aconteceu graças a um blefe: a vítima disse que a senha estava no laptop. Quando Woeltz saiu do cômodo para checar, ele correu descalço pela rua e pediu ajuda.
Duplessie tentou convencer o juiz de que se entregou por livre e espontânea vontade e que não teve participação direta. Pediu para responder em liberdade, com tornozeleira na Flórida e fiança de US$1 milhão. Pedido negado. As autoridades temem fuga, especialmente porque Woeltz teria acesso até a jato e helicóptero.
Agora, os dois aguardam julgamento atrás das grades — e o mercado cripto assiste, estarrecido, ao desenrolar desse roteiro que mais parece filme de terror.
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