Durante o evento Bitcoin 2025, o senador norte-americano JD Vance fez duras críticas à política econômica atual dos Estados Unidos — ao mesmo tempo em que defendia o Bitcoin como solução. Para ele, a criptomoeda seria uma resposta direta à inflação e ao caos provocado por decisões ruins do governo. O curioso? Ele mesmo faz parte da administração responsável por essas decisões.
Vance destacou o “crescimento de riqueza” gerado pela ascensão das criptos nos últimos anos. No entanto, o argumento tropeça na realidade: especialistas afirmam que não houve exatamente criação de valor, e sim uma redistribuição desigual — onde quem entrou cedo ganhou às custas de quem chegou tarde. Uma roleta onde o dinheiro muda de mãos, mas nada é construído de fato.
Bitcoin é proteção… contra o próprio governo?
Para o senador, de acordo com sua postagem no X a população precisa se proteger do avanço da inflação — e ele enxerga o Bitcoin como esse escudo. Mas a crítica que ecoou nos bastidores do evento foi direta: por que não resolver o problema na raiz? Se o governo está falhando em conter a alta dos preços, não seria mais sensato corrigir as políticas do que incentivar apostas em ativos de alto risco?
O contraste ficou evidente. Em vez de apresentar soluções sólidas para conter o rombo fiscal ou controlar a emissão descontrolada de moeda, Vance aponta o BTC como rota de fuga. Um paliativo disfarçado de plano estratégico.
“Parece até piada: eles alimentam a crise e depois oferecem Bitcoin como boia de salvação”, ironizou um economista veterano em entrevista reservada durante o evento.
Ouro e prata continuam no jogo
Enquanto Vance promove o Bitcoin como alternativa segura, nomes tradicionais do mercado seguem apostando nos clássicos. O autor Robert Kiyosaki, por exemplo, voltou a defender investimentos em ouro, prata e BTC — mas fez questão de lembrar que o sistema financeiro atual está em colapso, e que o momento exige mais prudência do que nunca.O discurso de Vance agradou parte do público cripto, mas deixou uma pulga atrás da orelha em quem enxerga as contradições da política americana atual. Afinal, se o próprio governo não confia na sua capacidade de conter a inflação, por que deveríamos?
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