As ações da Trump Media & Technology Group (DJT), dona da Truth Social, afundaram 9% hoje, logo depois da empresa anunciar uma rodada privada de US$2,5 bilhões para criar uma reserva em Bitcoin. O tombo levantou a dúvida: será que o plano de BTC já nasceu fracassado?
Trump quer Bitcoin no caixa
A proposta era levantar US$1,5 bilhão vendendo ações e mais US$1 bilhão em notas conversíveis sem juros. O negócio já tem apoio de cerca de 50 investidores institucionais e deve fechar até 29 de maio de 2025. A custódia dos Bitcoins vai ficar nas mãos da Crypto.com e da Anchorage Digital.
O CEO, Devin Nunes, soltou aquela frase de efeito: “Bitcoin é o auge da liberdade financeira e agora será parte dos nossos ativos.” A empresa também quer virar uma holding, dona de ativos alinhados com a filosofia “America First”. A grana vai ajudar a expandir a Truth Social e projetos fintech das marcas Truth+ e Truth.Fi.
O preço das ações foi definido no fechamento anterior, mas as notas vêm com 35% de prêmio e 0% de juros. Como é uma venda privada, o rolê é só para investidores selecionados.
Mercado reagiu… mal
Quando a notícia vazou, a ação até subiu 10% no pré-mercado, mas não segurou: virou pra baixo e agora tá valendo US$23,39. No ano, o papel já acumula queda de mais de 26%. Antes da pancada, DJT estava estável na faixa dos US$25, chegou a encostar nos US$26 com o hype do Bitcoin, mas despencou logo depois.
No fim do primeiro trimestre de 2025, a Trump Media tinha US$759 milhões em caixa e aplicações de curto prazo. Agora, BTC entra oficialmente no balanço da empresa. As instituições que estão tocando a operação são Yorkville Securities, Clear Street, BTIG e Cohen & Company, com a Cantor Fitzgerald como consultora financeira.
Se rolar, esse vira um dos maiores caixas em BTC de uma empresa pública no mundo. Segundo Devin Nunes, o objetivo também é se proteger contra “perseguição e discriminação de bancos”. Além disso, eles planejam usar Bitcoin pra pagamentos de assinaturas, tokens utilitários e transações na plataforma.
Peter Schiff rasgou o verbo
O economista e maximalista do ouro, Peter Schiff, não perdeu tempo. No X, ele detonou o plano: disse que o mercado não aguenta mais empresas usando dinheiro de investidores para montar tesouro em Bitcoin. E jogou a bomba: “Como a empresa do Trump cria uma reserva de BTC com dinheiro dos outros, sendo que ele já comprou na pessoa física antes?”
A treta levantou suspeitas de que essa jogada pode, na prática, valorizar os Bitcoins que Trump já tem na carteira particular.
Enquanto isso, o mercado de cripto tá nem aí pro drama. O Bitcoin disparou acima de US$110.000, e no momento dessa matéria vale US$110.145, com alta de 4,72% nas últimas 24 horas e volume subindo 24,55%, batendo US$55,8 bilhões.
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